Nos dias de hoje, a formação de líderes tornou-se uma prioridade estratégica para as organizações que desejam prosperar em um cenário empresarial complexo e dinâmico. A educação corporativa desempenha um papel crucial ao fornecer ferramentas e conhecimentos necessários para o desenvolvimento de habilidades de liderança. Para falar sobre o tema, a Revista Conteúdo Compartilhado foi ouvir Carol Viegas, Diretora de Produto e Conteúdo na UGlocal Business Education. A entrevista foi gravada e está disponível também em vídeo no Youtube e em Podcast no Spotify e nas principais plataformas de streaming de áudio.
Carol Viegas é uma aprendiz incansável em busca de melhoria contínua, na solução de problemas, desenvolvimento em habilidades comerciais e de liderança. “É assim que quero fortalecer minha expertise profissional de comunicóloga”, afirma. Segundo ela, a UGlocal tem como propósito conectar pessoas e empresas, por meio do melhor da teoria e prática de temas atuais e relevantes do universo corporativo.
O objetivo é permitir que essas pessoas troquem experiências, boas práticas e saiam dos encontros com insights e possibilidades de negócios, por meio das informações coletadas e compartilhadas. A UGlocal acredita que a melhor maneira de alcançar isso é por meio de eventos corporativos, nos quais especialistas, escolas de negócios e líderes de mercado são convidados para discutir temas relevantes e estratégicos para o mercado.
A constante busca por novos formatos de aprendizado
Na entrevista, Ari Pellicioli, CEO da ConsulPaz, questionou Carol sobre a sua visão quanto à evolução da educação corporativa e o seu impacto nas empresas, considerando os diversos cenários enfrentados nos últimos anos, como a pandemia e o crescimento da transformação digital. Ele destacou a importância de acompanhar as mudanças e inclusão no ambiente corporativo. “A gente tem visto um movimento bem interessante das empresas. A educação corporativa passou por algumas transformações”, reforça Carol.
Ela ressalta que as empresas sempre buscaram aprimoramento. Para Carol, isso se reflete nas trilhas de desenvolvimento internas e nas oportunidades que os executivos têm de buscar conhecimento externamente, por meio de pós-graduações e eventos corporativos. As iniciativas fazem parte de um esforço para continuar crescendo. Além disso, ela observou que as pessoas também estão em busca de desenvolvimento, independentemente da empresa em que estejam atualmente. Elas reconhecem a importância de investir em si mesmas como indivíduos e profissionais, pois compreendem que isso é benéfico tanto para o presente quanto para o futuro, quando podem estar em uma nova companhia. Essa crescente busca por aprendizado e desenvolvimento é uma tendência evidente.
Outra percepção de Carol, é de que a educação corporativa não está mais somente em sala de aula. “Isso já mudou bastante. E as empresas já entenderam isso e estão trazendo, inclusive, modelos de treinamento diferentes”, explica, mencionando um evento realizado em 2022 pela UGlocal de gamificação que falava sobre Metaverso. As empresas estão apostando em tecnologias como realidade aumentada, realidade mista e plataformas de metaverso 2D para, assim, oferecer treinamentos e desenvolvimento de forma mais imersiva. Apesar dessas mudanças de formato, a educação corporativa continua sendo uma fonte importante de conhecimento. Carol esclarece que tanto as empresas quanto os executivos compreendem cada vez mais a importância desse tipo de aprendizado e desenvolvimento.
Tendências da Educação Corporativa
Ari Pellicioli aborda as principais tendências na área de educação corporativa e pergunta se as novas formas de aprendizado, como o Metaverso e o uso de tecnologias como o Chat GPT, estão realmente acontecendo. Inclusive, quer saber de Carol se estamos próximos de alcançar formatos inovadores na educação, especialmente para líderes, executivos e equipes corporativas. Carol afirma que foi importante buscar referências para poder traçar estas tendências e até trazer respostas mais claras para todas estas dúvidas. “Eu fui pesquisar e encontrei no Portal RH uma matéria bem legal sobre o tema”. O conteúdo citado por Carol Viegas traz 5 tendências de Educação Corporativa para 2023: Microlearning e Nanolearning, Aprendizagem Phygital, Aprendizagem autodirigida e social, Learning in the Flow of Work e Reskilling.
As 5 principais tendências para 2023
Carol destaca que hoje o timing de aprendizagem é diferente. “As pessoas querem cada vez mais conteúdos que sejam direcionados, práticos e rápidos. Então, eles têm apostado muito em vídeos de 1 a 5 minutos, que reúne informações que são relevantes e têm uma linguagem simples e direta”, alerta. A ideia é que as pessoas já possam aplicar na prática o que aprendem, tirando dúvidas e fazendo tudo de forma mais ágil e simples.
Quanto à aprendizagem phygital, “É um termo muito conhecido pelo varejo na questão de experiência do cliente, mas que está vindo também para dentro da sala de aula, para dentro da educação corporativa, porque agora as empresas estão omnichannel”, explica. O profissional está cada vez mais conectado em diversos canais, por isso, os melhores formatos são aqueles que permitem que as pessoas se organizem da sua forma e nos seus horários, de maneira facilitada.
A aprendizagem autodirigida e social, segundo Carol, é uma aprendizagem com um olhar para o social. “São relações sociais do indivíduo manifestadas por meio de um grupo, um grupo social”. Neste caso, há uma interação profissional, mas que também traz as experiências de vida. Sobre o Flow of Work, é eficiente na questão digital, pois está focado na rotina do colaborador e a aprendizagem ocorre no fluxo de trabalho. “Então, não preciso parar para poder fazer aquela aprendizagem. Consigo fazer enquanto estou trabalhando”, explica. Para tanto, são utilizadas tecnologias como chatbot, plataformas inteligentes, inteligência artificial e recursos que irão otimizar o aprendizado.
Por fim, Carol comenta sobre o Reskilling, quando o indivíduo busca novos conhecimentos para se adaptar ao mercado de trabalho. “É olhar para as minhas competências e ver como posso me qualificar, como eu posso melhorar e que outras funções eu posso agregar dentro da minha jornada profissional”, esclarece.
A Diversidade Geracional na Educação Corporativa
Ari mencionou a importância da diversidade geracional nas empresas e os benefícios que ela traz em termos de competências diferenciadas e potenciais diversos. Ele destacou que treinar um público de diferentes gerações pode ser um desafio, pois cada geração tem diferentes preferências e formas de absorver conteúdo. Ari questionou Carol sobre como enfrentar esse desafio e como ela acredita que a diversidade geracional possa ser apoiada no contexto das empresas.
Carol Viegas fala em diversidade direcionada. “Ela é um desafio intenso porque a empresa precisa entender como que cada geração aprende”. Segundo Carol, existe um estudo do psiquiatra americano, William Glasser sobre aprendizagem. De acordo com a teoria de Glasser, nós absorvemos 70% do conteúdo quando fazemos anotações e questionamentos. Carol alerta, no entanto, que nem todas as gerações são assim. Ela mesma mistura o aprendizado de sala de aula com a gameficação, mas isso pode não funcionar para outras pessoas. Como solução, a empresa pode ensinar a pessoa mais velha a ser digital, trazendo ganhos para ela, assim como a pessoa mais jovem pode ter acesso a algo mais presencial que também será rico.
Um dos principais desafios, de acordo com a percepção da Carol, é compreender como diferentes gerações absorvem o aprendizado e criar trilhas de forma automatizada para que as pessoas possam acessá-las de acordo com sua disponibilidade. Ela destaca a importância de oferecer experiências presenciais para promover interação e socialização. Além disso, entende que o segredo da educação corporativa está em como estimular e atrair as pessoas para que tenham vontade de aprender, indo além do formato em si. Ela enfatiza a importância de utilizar a linguagem adequada, entender a aprendizagem de forma intuitiva, fluida e prazerosa para os colaboradores, o que representa um desafio além da simples escolha do formato.
O Surgimento da Educação Corporativa Híbrida
Diante de tantas novidades, Ari questiona sobre o formato digital mais utilizado e que tem gerado melhores resultados em programas de educação corporativa, com base na experiência da Carol. Ela lembra que a pandemia trouxe o desafio de encontrar formas de aprendizado e consumo de conteúdo enquanto as pessoas estavam em casa. Eventos presenciais eram atrativos pela interação e troca intensa, mas o formato online também ganhou espaço, oferecendo interação e comunicação através de ferramentas digitais. Com a retomada, acredita-se que haverá uma mescla entre conteúdos remotos e presenciais, permitindo flexibilidade e consumo de acordo com a disponibilidade de cada pessoa. Isso possibilita que os executivos atendam suas expectativas e necessidades como colaboradores, buscando uma educação corporativa mais personalizada. “A educação corporativa está mais do que nunca adaptada à necessidade do colaborador”, resume.
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