Conteúdos ConsulPaz

Governança Corporativa, Transformação Digital e Sucessão: Estratégias para o Sucesso Empresarial 

No universo empresarial, a governança corporativa é uma ferramenta essencial para o êxito das organizações. Durante uma conversa com o CEO da ConsulPaz, Ari Pellicioli, para a revista Conteúdo Compartilhado, Lucas Vidor, sócio-proprietário da Vidor Consultoria Empresarial, trouxe à tona insights valiosos sobre esse tema. Com uma rica experiência acumulada ao longo de mais de duas décadas, compartilhou os desafios e as oportunidades centrais à implementação das melhores práticas de governança.

Ari levanta com Lucas o tema da governança corporativa, assunto que tem ganhado destaque nas mídias sociais e nas manchetes de notícias, especialmente quando surgem escândalos envolvendo empresas. Ari direciona sua atenção para o papel da governança corporativa e os desafios centrais que as empresas enfrentam ao criar um modelo sólido que efetivamente contribua para os alicerces da governança. Lucas oferece uma clara perspectiva: falar sobre governança é falar sobre ética. Ele destaca a importância da governança em assegurar que os valores e a missão da organização sejam mantidos com firmeza.

Lucas ressalta que a governança corporativa traça diretrizes e ações que sustentam a transparência, a responsabilidade, a igualdade e o comprometimento corporativo. À medida que a transparência se aprofunda nos negócios, o valor dessa abordagem cresce, tornando-se uma ponte sólida para atrair investidores. Essa evolução também demanda uma cultura organizacional renovada, onde os papéis dos executivos e acionistas são claramente definidos, solidificando as bases de uma atuação consistente. 

Muitas vezes, ele exemplifica que os próprios executivos são acionistas do negócio e precisam separar suas funções. “Quando a gente fala de empresa com dois sócios, muitas vezes um pode duvidar daquilo que o outro está fazendo. Então, a gente faz esse trabalho consertando as bases de prestação de contas e trazendo os valores para dentro da organização”, salienta Lucas.

Estratégias para Sustentar o Sucesso Empresarial

Ari Pellicioli lembra que o mercado está em constante mudança, com novas ferramentas e competidores surgindo a todo momento. Ele menciona que, anteriormente, as empresas faziam planejamentos estratégicos de três a cinco anos. Entretanto, hoje existe uma necessidade de revisá-los com mais frequência para garantir a sustentabilidade das empresas. Ari pergunta a Lucas como ele recomenda que as empresas façam ajustes no planejamento estratégico para acompanhar as mudanças e manter a transparência nas informações. 

Lucas entende que estratégia é algo simples: é sair do ponto A e chegar ao ponto B, encontrando o melhor caminho para isso. Ele menciona que, muitas vezes, as empresas não sabem exatamente qual é o ponto B que querem alcançar e precisam estar sempre atentas aos caminhos que estão percorrendo e se adaptar às mudanças. Lucas compara a estratégia com o aplicativo Waze, que está sempre procurando o caminho mais rápido para chegar ao destino e, às vezes, coloca as pessoas em ciladas. Ele sugere que as empresas precisam estar sempre olhando para o caminho que estão percorrendo e se adaptando às mudanças.

Para garantir a competitividade e a sustentabilidade no longo prazo, as empresas precisam ter eficiência operacional e estar sempre atentas às mudanças no mercado. É importante revisar constantemente o planejamento estratégico e estar preparado para mudar de caminho quando necessário. A transparência nas informações é fundamental para garantir a confiança dos investidores e parceiros de negócios.  

Explorando a Gestão de Riscos e sua Integração à Governança 

O CEO da ConsulPaz, Ari Pellicioli, desafia: qual a fórmula para enfrentar a gestão de riscos e sua ligação com a governança? Também questiona a presença de uma cultura de gestão de riscos nas empresas e os principais riscos na vivência de Lucas Vidor.  Lucas responde destacando a importância de uma cultura de gestão de riscos, que vai além do enfoque jurídico comum. Ele aponta que tal abordagem deve ser operacional e diária, considerando a dinâmica empresarial em constante mudança.   

Para compreender os riscos, é vital participar dos processos e identificar os riscos inerentes à operação. Lucas compartilha sua experiência em uma empresa, onde o risco de perder clientes foi um foco central para mapeamento e gestão. Ele enfatiza a relevância de compreender o impacto financeiro desse risco e seu efeito na organização. Lucas também destaca a variedade de riscos, incluindo econômicos, financeiros, variação cambial e instabilidade de mercado. “Mapear e compreender o impacto desses riscos na organização é crucial para um gerenciamento eficaz”, declara Lucas. 

Há uma variedade de riscos em jogo, abrangendo desde desafios na cadeia de fornecimento até ameaças à reputação. Lucas Vidor traz à tona outro exemplo, citando o caso da Vale do Rio Doce em Brumadinho, onde riscos relacionados à imagem, perda de vidas e quebra de ética foram evidentes. É vital traçar uma análise dos riscos, levando em conta quais são relevantes para cada empreendimento, visto que as peculiaridades de cada negócio induzem riscos particulares. Ao implementar práticas de governança corporativa, é possível adotar uma perspectiva mais abrangente na abordagem dessas contingências, permitindo uma observação diferenciada. O entendimento da repercussão desses eventos adversos para o negócio é de suma importância para administrá-los de maneira eficaz. 

ESG na Vanguarda: Vantagem Competitiva e Coerência Empresarial 

O ESG é outro assunto que tem sido muito debatido nas corporações. Ari Pellicioli chegou a lembrar que a terminologia para as práticas de sustentabilidade, de responsabilidade social sempre existiu ao longo dos anos nas empresas. Mas propôs uma análise do Lucas sobre o tema, relacionado com o planejamento estratégico, como uma transformação que pode trazer vantagem competitiva, e a própria percepção dos clientes. 

Embora tais preocupações ambientais e sociais sempre tenham estado presentes, segundo Lucas, o ESG está sendo mais incorporado pelas empresas no planejamento estratégico, motivado em parte por uma mudança geracional que prioriza práticas sustentáveis e responsáveis. O objetivo é alcançar sim vantagem competitiva, distinguindo-se das demais empresas. Porém, ele também destacou a discrepância entre o que algumas empresas comunicam e o que realmente fazem na prática.  Existe, portanto, a necessidade de sincronização entre discurso e ação para garantir a autenticidade.

Com relação a cooperativas financeiras, Lucas identificou Sicredi e Sicoob como exemplos de sucesso. Ele sublinhou que o crescimento dessas cooperativas, em comparação com grandes bancos, é impulsionado por uma abordagem cooperativa e pelo foco no ESG. Essas cooperativas estão profundamente conectadas às comunidades em que operam. Assim, evidenciam que a abordagem ESG, quando integrada de maneira genuína e coerente, não só é eficaz, mas também promove um crescimento sólido e sustentável.  

Adaptação Empresarial na Era Digital 

O constante cenário de transformação que a sociedade enfrenta foi destacado por Ari, onde novas tecnologias emergem com o propósito de incrementar a competitividade, eficiência, transparência e visibilidade. Ari, então, questiona Lucas Vidor sobre quais foram os principais desafios que ele testemunhou em empresas ao implantar novas tecnologias. Embora a transformação digital seja um tópico em alta, na opinião de Lucas, muitas organizações cometem o erro de focar apenas nas ferramentas, negligenciando o fator humano envolvido. 

Ele ressaltou a importância de incluir as pessoas no processo, permitindo que elas sejam participantes ativas em vez de meros executores. Ainda destacou a necessidade de trazer as pessoas para colaborar na transformação digital. Dessa forma, ela não será vista como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade para melhorar operações.

Na visão de Lucas, a implementação das ferramentas é onde reside o desafio. A gestão de mudanças é crucial nesse contexto. Ele observou que ao introduzir novas tecnologias e formatos de gestão de negócios, deve-se incorporar a gestão de mudanças para que os colaboradores não se sintam ameaçados.  Ele também conectou a transformação digital ao ESG, destacando o impacto que essa transformação pode ter no negócio.

De acordo com Lucas, as empresas devem considerar as consequências em relação às posições dos funcionários. “Se, por exemplo, uma operação que empregava 20 a 30 pessoas passar a ser executada por apenas 10 devido à automação, a questão de realocação deve ser cuidadosamente planejada”, explica Lucas. Ele ainda enfatizou que: quando as empresas envolvem as pessoas no processo geram impactos positivos e controlam possíveis resistências e desconfianças.   

Governança Corporativa na Sucessão de Liderança 

Ari explorou com Lucas a contribuição da governança corporativa na sucessão de liderança, especialmente, em empresas familiares. Lucas destacou a importância de manter a essência do fundador nesse processo, enfatizando que essa essência é o que permitiu o desenvolvimento do negócio ao longo do tempo. Ele recomendou o livro “A chave para sua empresa enfrentar as crises e continuar vencendo”, de Chris Zook e James Allen. A obra aborda a mentalidade do fundador e como ela pode influenciar a continuidade dos negócios. 

Lucas sublinhou o papel crucial da governança na passagem de liderança, notadamente em situações de substituição de CEOs, independentemente se ocorrem dentro da família ou com profissionais externos. Ele realçou que a governança tem o propósito de proteger a cultura organizacional, enraizada em transparência e ética. A união da essência do fundador com o novo líder emerge como um ponto central para a perenidade da empresa, capacitando-a a enfrentar mudanças e desafios. Lucas também compartilhou exemplos de êxito, citando empresas como a WEG e o grupo Randon, que mantiveram a sua abordagem ao longo das transformações. Ele enfatizou a relevância dos conselhos consultivos e de administração na implementação da governança, sublinhando a importância de uma transição estruturada, liderada pelos principais acionistas, para garantir a sustentação da empresa a longo prazo. 

Confira a entrevista completa na plataforma de sua preferência.

Assista no Youtube:

Ouça no Spotify:


Posts Relacionados